A Delegacia Especializada em Proteção ao Idoso (Depi), em Natal, tem
recebido em torno de 280 novos casos mensais de maus tratos e/ou abusos
contra idosos. São, em média, 9,3 queixas por dia, metade relativa aos
desvios de aposentadorias e benefícios financeiros. Desse total, 10%
viraram inquéritos. Segundo dados do “Disque 100”(serviço da Secretaria
Nacional de Direitos Humanos) as denúncias de maus tratos cresceram mais
de 300% no RN nos últimos três anos.
Figurando entre os dois tipos de crime mais recorrentes na
Especializada, o uso indevido de aposentadorias e pensões, bem como a
realização de empréstimos em nome de terceiros, é crime previsto em lei,
mas amplamente praticado pelo País.
O delegado Fábio Fernandes,
titular da Depi, conta que, desses casos, cerca de 120 são denúncias
feitas diretamente na delegacia, enquanto o restante é originário do
“Disque Direitos Humanos”, ou ‘Disque 100’. Há ainda casos que o
Ministério Público pede que se investigue, mas o delegado não soube
precisar esses números.
“Os principais crimes que a gente têm aqui são desvio de provento e
abandono, mas desvio de provento é praticamente 50% do que chega aqui”.
Segundo ele, o mais comum é que outros familiares façam a denúncia.
Disque 100
No
ano passado, o ‘Disque 100’ registrou no Brasil 38.976 denúncias, das
quais 16.796 foram referentes a abusos financeiros contra idosos. Do RN
foi um total de 1.297 denúncias, sendo 643 registrados nessa mesma
categoria. Em um ranking nacional, o Rio Grande do Norte ficou na 9ª
posição, considerando o número de denúncias, por estado, feitas ao
serviço.
De acordo com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SNDH),
os três mais frequentes crimes cometidos contra idosos são negligência,
violência psicológica e abuso financeiro e econômico. No Rio Grande do
Norte, esses também são os três principais casos. Entre as denúncias
recebidas, negligência foi a mais comum (962 denúncias); seguida de
violência psicológica (781 denúncias); e abuso financeiro (643
ligações).
Tribuna do Norte